Relvas já está a arder ? Não, é só a Madeira...

Se há coisa que não cessa de me espantar é o espanto de que parecem padecer os conterrâneos perante os "escândalos" de todo o género que, quase diariamente, inundam o espaço informativo nacional; como é possível, se os sinais estão todos aqui, todos os dias, por toda a parte, em qualquer instituição, clube, agremiação, bando ou quadrilha?

Os portugueses não têm memória? São todos cegos, moucos, coxos, mancos ou autistas?
Não, os portugueses são apenas...portugueses, e, sobre o assunto, não me apetece discorrer mais, da sua ignorância, da sua estupidez, da sua cobardia, da sua hipocrisia doentia transformada em religião com altar-mor em Fátima.
Então, porque fingem preocupar-se com a falta de validade de um título académico da parte de um "artista" elevado a ministro de um governo que pretende cavalgar o dorso da Moral, do Liberalismo económico, da Justiça e da Equidade;
que fez este governo que o distinguisse do anterior das maleitas que foram sendo assinaladas com proclamação de enfrentamento na Justiça dos tribunais?
Que fez este primeiro-ministro para trazer à barra do tribunal os apontados responsáveis pelo estado a que chegou a economia e finanças deste país, álibi para a corrente vindicativa da Direita que nunca engoliu as "liberdades" que foram concedidas (conquistadas?) desde o 25 Abril de 1974?

A um Relvas não é expectável a demonstração de um qualquer curso superior, como a um Espírito-Santo Silva a demonstração de honorabilidade ou honestidade; em Portugal, os Grandes, como os da Espanha antiga, estão acima da Lei, eles são a Lei, e só por breves hiatos de tempo e da História, têm que bocejar uma explicação para a rataria.

Tal como na ilha da Madeira (demonstratum est), onde para nossa felicidade e poupança talvez o fogo acabe com o buraco negro do pior dos portugueses, há-de aqui o fogo limpar o mato, as ervas daninhas, os vermes e os parasitas que xupam o sangue dos 20 a 25% da população, que trabalham, que se preocupam, que caminham erectos e olham de frente o inimigo, que não é apenas o de classe.

Realmente, só o sangue lava. E o fogo limpa.