2010-12-31

o nosso futuro é nada


Não desejo nada. não procuro nada. não vislumbro nada.
nada é o nome do meio de um povo que se revê em nossa-senhora-de-nada-de-fátima. nada é o resultado previsível duma eleição presidencial para um povo que se revê; ora num cavaco triste e irrelevante, vaidoso e egoísta, arrogante e pouco inteligente; ora num alegre cinzento e acomodado, gritador e inconsequente, igualmente vaidoso e egoísta. nada é o que os outros devem esperar de nós próprios, assim como nada é o que merecemos receber, como paga do muito que já recebemos e desbaratamos, e deixámos roubar e apodrecer. nada é o que espera a juventude do meu país, aquela que não tem pais ricos e influentes, aquela que não quer ou não pode subir na vida pela prostituição partidária, pela corrupção dos costumes, pelo aviltamento de Ser Humano. nada é o que podem esperar os que trabalharam uma vida inteira à espera do cumprimento da palavra dada por um estado ladrão, criminoso e bandido, gerido a maior parte do tempo por máfias miseráveis que se escudam atrás duma igreja católica conivente com a maior podridão desta terra, ou atrás da outra podridão que dá pelo nome de maçonaria, ambas amplamente representadas em tudo o que é poder, influência e dinheiro em portugal, subvertendo os princípios da democracia que um dia sonhamos, da justiça a que julgamos ter direito, a educação que destronaria a ignorância e promoveria o conhecimento, a justiça e a igualdade. nada é aquilo que merecemos quando não resistimos. nada é aquilo que merecemos quando não lutamos, nada é o que teremos por parte de quem nos observa de fora, ao concluir cada vez mais que os portugueses são, na sua terra, um povo de carneiros de quem toda a gente se alimenta, que são capazes de matar o vizinho por um rego de água ou um familiar por uma nesga de terra, de inventar sacrifícios a deuses menores e inventados, de pagar uma, e outra, e outra vez as mesmas coisas, de ser expoliado daquilo que foi pago por greações anteriores para tornar a ser pago pela actuais, de aceitar ser afastado do benefício da água, da terra, do mar e do ar que a todos pertence...sem se revoltar. nada, é a resposta de 230 deputados, nada a de 1 presidente da república, nada a de um governo de muitos ministros e secretários que têm à sua espera empregos principescamente remunerados no fim da missão a que os patrões os emprestaram. nada a de um procurador geral da república e dos milhares de funcionários que, supostamente, deviam fazer cumprir a justiça reclamada pelo povo, denegada pelos ricos e mafiosos, e que são o espelho da nulidade e impotência a que chegou um regime tocado pelo positivismo mais saloio, por uma aberração da inteligência política, e da vontade de Fazer; nada da parte de juízes que não julgam, que têm medo de julgar, ou que estão instalados na torre de marfim das nulidades diplomadas que fazem em portugal uma besta numa luminária, embriagados na auto-importância criminosa que envergonha o pequeno crime e nega cínicamente as máfias que os acarinham com honrarias de sabujos. nada nada nada nada nada nada nada nada
nada, será o epitáfio de um povo estúpido na vida, tolo no caminho, e cobarde no fazer até à morte

que não tenha paz no estertor.

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2010-12-16

Carlos Pinto Coelho

"Estou emocionado, feliz e honrado com esta distinção. Graças a vocês e a esta condecoração feita pelo Estado francês, saio daqui hoje mais rico, feliz e seguramente mais humilde."

Foi assim, em 11 de Abril do passado ano, que Carlos Pinto Coelho agradeceu a distinção que o governo Francês lhe prestou pela promoção e difusão cultural que o visado desenvolveu ao longo de muitos anos neste País. Independentemente das opiniões e gostos culturais,  registe-se que este Jornalista honrou e elevou a sua profissão ao percorrer com muito mérito a estrada que leva ao Conhecimento, à Cultura e à Humanidade, gravando o seu nome de forma indelével na pedra da Cidadania.

Ontem partiu para sempre. Mais pobres ficamos nós, mas mais ignorantes também.

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2010-12-14

CONSENSO DE COBARDES

Acabei de assistir à primeira parte da paródia a que se convencionou chamar de "debates para a eleição presidencial" na RTP.

Judite de Sousa no seu melhor, falando quando deve deixar falar os candidatos, interrompendo quando lhe parece oportuno e a nós todos inoportuno, aldrabando os tempos de participação conforme o frete encomendado...enfim, à laia de Fátima Campos Ferreira e muitos outros, fiéis cães do dono, tristes sombras do que deve ser um Jornalista, mas óptimos exemplos de vendida(o)s ao Poder.
Todos, sem excepção, preocupados com a unanimidade nacional como objectivo supremo da política e dos políticos destituídos de tomates que levam esta coisa a que alguns chamam País para o lugar infame da irrelevância e do desespero, para defesa do Deus-Dinheiro e dos seus servos. Unidos num consenso de cobardes.

Funcionária(o)s.

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Assange/UK/Vale e Azevedo: Justiça ?


O porco acima chama-se Vale e Azevedo e é sobejamente conhecido em Portugal e, mesmo, no Reino-Unido, vulgo Inglaterra. Este porco, que se encontra fugido à Justiça por inúmeras burlas e crimes em Portugal, não foi extraditado pelos tribunais ingleses desde há mais de 3 anos, apesar de saberem que o mesmo tem penas a cumprir por sentenças transitadas em julgado, e dos sucessivos mandatos emitidos por tribunais portugueses.
Ora, a mesma Judicatura inglesa, que não apreendeu passaporte ao porco de que falamos, nem o obriga a usar pulseira eletrónica, pretende, à hora a que escrevo, impedir a liberdade de movimentos a Julian Assange por suspeita de pretensos crimes de natureza sexual praticados na...Suécia, sem julgamento,  que só se lembrou destes "crimes" quando a Wikileaks começou a publicar a última carrada de informações de origem americana na net.

As manobras de instituições que o povinho julgava acima da corrupção da Moral e da Justiça, como seja a "democracia" inglesa e a "social-democracia" sueca, justificam a fúria de uma juventude cada vez mais empenhada na descoberta e manutenção da Verdade, e é mais uma oportunidade para a vindicação daqueles que combatem a hipocrisia criminosa dos arautos da superioridade moral do Ocidente desde há décadas.
É em ocasiões de ruptura como esta que se comprova quem são os Senhores e quem são os Lacaios: quanto ao Reino-Unido, não restavam dúvidas há muito tempo. A Suécia vem de barato...

É lamentável. É a vida...

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2010-12-10

Nobel Peace Prize 2010/2011



Liu Xiao Bo e Julian Paul Assange: o que os diferencia e os torna, simultâneamente, iguais ?
Tudo na vida os diferencia, seja a sua origem étnica, cultural, social e, mesmo, política.
Ambos percorrem o caminho da afronta aos poderosos do mundo, no caso a R.P. da China e os E.U.A., expondo a Mentira que se esconde por detrás do políticamente aceitável, da repressão, da brutalidade, do assassínio, da corrupção e do medo.

Ambos são vítimas. Ambos são lutadores.
Ambos são merecedores do apoio daqueles que não ajoelham, nem rezam.

De qualquer modo, deixando de lado o cinismo e a intriga da corja americanista que por estes dias se curva reverentemente à ditadura pró-fascista da RP China, Liu e Assange lutam pelo zé-ninguém, na medida em que combatem a ideia de Império, que é o monstro que o Indivíduo tem como principal inimigo.


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