2017-07-31

A trama adensou-se...e aparecem clarificadas todas as diferenças. As feras já espreitam.

A trama adensou-se...e aparecem clarificadas todas as diferenças. 

Todas as diferenças entre os parceiros que justificaram a constituição de um governo que foi visto como quase "de salvação nacional" parecem, agora, ter-se afastado para dar lugar à defesa quase incondicional do mesmo por parte dos componentes, perante os novos problemas e questões, decorrentes não directamente das questões económico-financeiras, mas provavelmente dela resultantes por anos seguidos de cortes cegos por todos os lados na administração da Coisa Pública.
Não podem o Bloco de Esquerda e o PCP fazer de conta que...dizer umas coisas a propósito de...lamentar e criticar avulsamente, sem causa, dôr e castigo.

Não é admissível a fuga à verdade, nos fogos e no roubo de Tancos.

Não é admissível a fuga à responsabilização dos máximos responsáveis, particularmente o ministro da defesa Azeredo Lopes e a repugnante arrogância demonstrada logo nos primeiríssimos dias perante os factos, sacudindo a poeira da maneira que todos vimos.

Não é admissível a barragem de contra-informação, e não-informação, a que o governo e o resto se dedicaram, com o silêncio incómodo do PCP e do BE.

Não é admissível que ainda nada se saiba do paradeiro das armas, dos ladrões que efectuaram o golpe, de quem são os mandantes e os cúmplices, directos e indirectos.

Não é admissível que a reconstrução das casas ardidas ainda não tenha começado; que o dinheiro angariado para todas as vítimas esteja dispersado por variadas instituições que parecem não ter pressa em usá-las para os fins a que se destinam, que o governo não faça uso de todas as prerrogativas legais para liderar esta questão debaixo de um único organismo.

Não é admissível que um Estado que tanto tem feito para se intrometer nas vidas dos cidadãos, que consegue cruzar informação para cobrar devida e indevidamente dinheiro a todos os cidadãos que pode (justa e injustamente), não consiga vislumbrar nas pessoas tão avisadas e criativas do governo, nomeadamente António Costa, soluções rápidas, ágeis, eficientes, e por isso humanas, para a defesa das pessoas e da nação.

Verdade que este governo, e esta coligação parlamentar, têm desde a primeira hora como alvo principal o equilíbrio das contas públicas SEM o miséria total dos mais pobres. Mas governar é bem mais que isso, e é o que é EXIGÍVEL A QUALQUER GOVERNO digno desse nome.
A colagem parlamentar para que este projecto dure os 4 anos é compreensível. Incompreensível é calar a verdade, esconder os factos, continuar o império da não-responsabilização de responsáveis na crença que tal só fragilizaria o governo...
É o contrário! Não aprenderam nada? Continuem assim, e com mais uma crise, um acontecimento imprevisto, uma curva impensável na estrada, e os abutres voltarão: revigorados, justificados, para se vingarem com redobradas medidas. Haverá Povo para os travar, depois?

Ou comportar-se-ão como um peixe morto?


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