2006-05-24

É verdade, ó souto moura...


...a ti não te pergunto onde estiveste no 13 de maio, pá. A ti pergunto-te onde estiveste a vida toda, meu!!!

Imagina tu que és estúpido; e imagina tu que és procurador da república. Mas já me estou a repetir...

Pois não é que tu, com esse altíssimo calculismo politico que julgas ter, afinal mais não és do que um funcionário?

Um estúpido que nem sequer pressente que toda a gente está a vê-lo como estúpido?

Então, pá, nao tens vergonha nas trombas? Prometeste ao presidente-chorão resultados de um inquérito urgente, e depois mostras isto, a merda que foi anunciada???
Por menos do que isso, já vi gente a levar com um tiro nos cornos, meu! Claro, não foi cá no bueiro, mas nunca se sabe quando é que os de cá começam a copiar os outros, sabes? Tarde ou cedo, a conta chega, acredita.

Os cobardolas cínicos como tu, além de terem futuro, têm lugar assegurado, particularmente por serem tão "democráticos". Olha pá, prefiro os fascistas declarados, e os porcos no chiqueiro.

Dás-me nojo.

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Confesso: eu até gosto de futebol...



É verdade, pá. Eu gosto de futebol, como gosto de muitas outras coisas.

Também é verdade que só tenho passado o meu tempo aqui a falar das coisas de que não gosto; mas hoje quero falar de uma coisa de que gosto: o futebol. E isso porque, para além deste fim de semana que passou, já temos e vamos ter futebol europeu e mundial, em que a pequenez do ser-portugues vai tentar, uma vez mais, safar-se à custa de uns...campeonatos de futebol. Ninguém é indiferente à "problemática" do futebol: até o Pacheco Pereira ( conhecem-no? aquele que um dia proclamou a morte dos intelectuais...), apesar da altivez com que um verdadeiro pastel-de-nata olha para as comezainas do pobão, se vê forçado, impelido, obrigado a escrevinhar umas coisas venenosas sobre o fenómeno. Mas até faz bem. EU, desta vez, até quase me senti irmanado com o bicho!
Portanto, daqui vai o meu cumprimento solid(t)ário para o JPP, na certeza de que nos encontramos no mesmo sítio elementar do nojo e da náusea, provocados pela performance contínua de um verdadeiro medíocre alcandorado em líder, de gente pobre e vã, ela própria representada por um pequeno verme nauseabundo e corrupto de nome madaíl.


Scolari é apenas o chico-esperto que um dia imaginou levar à pratica a anedota que mais se conta no seu país: a de que os portugueses são uma anedota, particularmente no seu próprio terreno. Consegue vender a banha-da-cobra desde há 2 anos para cá, com o beneplácito da coligação da comunicação social, ela própria comandada pelos verdadeiros donos do país, com os préstimos ocasionais do presidente-chorão que, de tanto chorar, nos conseguiu vender um cavaco.

Nesta futebolândia, como lhe chama JPP, a coerência é a única coisa que se salva: dar, vendendo, circo, pão, bandeiras, ilusão de grandeza e alienação momentânea a uma massa (sim, massa) de atrasados mentais que precisam de ver o brilho de coisa nenhuma para se sentirem justificados por viverem nesta merda!!
A coerência é que sempre foi assim, e estes gajos que nos oprimem também o são e serão.
Dá tanto jeito distrair o pobão, pá; e nem todos os dias podemos mandá-los ir até fátima!...

Palavra final: ó JPP, onde estavas tu no 13 de maio?

2006-05-19

O Bueiro de Portugal




O BUEIRO DE PORTUGAL



Fátima continua a ser o mote da recuperação do "ser-português", conforme às aspirações da miserável élite que se governa e oprime o pobão do rectangulo ocidental da europa. Faz hoje uma semana, o pobão foi brindado com o estrume do antigamente, contínua e pacientemente, como: sexta-feira:fátima, sábado:fátima, domingo: ainda fátima e...futebol, segunda-feira:campo-pequeno;terça-feira:campo-pequeno;quarta-feira:futebol e campo-pequeno;quinta-feira:festival da canção, el corte inglès e...TOURADA!!!!

(Hoje, até tenho medo de descobrir o que me vai dar a coligação das televisões...)

Assim vamos, cantando e rindo, como dizia a canção da saudosa "mocidade portuguesa". É pena que, entre tantos milagres que são pedidos pelos animais que se dirigem a fátima, ainda não tenha sido contemplado o do ressuscitamento do Salazar. Isso é que era um milagre, caralho!!!

Onde está o mágico, que anda tão distraído?

Até podia ser que, no dia da fénix renascida, os azeiteiros todos de portugal, passassem a ir lá todos, ao mesmo tempo e, quem sabe, o derradeiro milagre de fátima acontecesse: um terramoto de grau desconhecido, que os engolisse a todos, p´ra bem da nossa memória.

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2006-05-13

Há muitas formas de sofrimento.
Há muitas formas de fazer sofrer.
Há inúmeras formas de viver e de morrer.


Tanto num, como noutro caso, pode-se dividir essas formas em duas grandes: a lenta, e a rápida.
Em Portugal, a lenta é a que define os seus filhos: no viver, no sofrer, no amar, no odiar e no morrer.
A velocidade lenta acaba por ser uma característica das pessoas que por cá vivem e nasceram. A generalidade dos seres humanos a que chamamamos de portugueses é causa e efeito desta característica intrínseca à tribo. Duma forma inesgotável e, aparentemente, incontornável, sempre, no fim das coisas, todos acabam por ser beneficiários e vítimas da lentidão programática dos portugueses.

O imenso remoínho temporal em que todos imergem é uma inevitabilidade civilizacional e vivencial, que há muito transforma o Devir colectivo numa fatalidade geralmente aceite e, não raras vezes, assumida como distintivo orgulhoso, na paranóia medíocre em que vivem estes portugueses entre si, e na relação que têm com o mundo.

O mau, o feio, o medíocre, a incompetência, a falta de sentido de responsabilidade, a ausência de critério, a mesquinhez e a inveja congénitas ao viver colectivo, o orgulho na ignorância dos simples, o refúgio na religiosidade da verdade única e indiscutivel, o sopro da ilusão fugaz que se abraça com o mesmo vigor que a desilusão momentânea --- tudo serve de desculpabilização permanente para o longo torpor de um povo que sabe que está mal há muito tempo;
que nada faz para se endireitar e caminhar pelos seus proprios pés;
tal como um animal adulto precisa de fazer, sabendo que disso depende a sua sobrevivência.

HOJE, 13 DE MAIO, é uma dessas datas que ajudam a definir coisas, neste caso, um povo. Hoje, servidos pela grande coligação da comunicação social, assiste-se a mais um pico do esforço que a élite que comanda e oprime este país tem feito para continuar a estupidificar o "pobão", para mantê-lo nos limites estreitos e controlados das verdades indiscutíveis, servidas com a dose certa de medo camuflado em ignorância, de ignorância camuflada em fé, e da fé camuflada em estupidez básica.
Nestes dias, a telenovelas têm finalmente a suprema justificação; os bandidos que nos governam, o circo do populismo e do "respeito" pela fé (alheia); o SIS, entra de férias por tres dias...O desfile miserável da miséria alheia, o desgosto de viver neste lugar, com a promessa odiosa de que, após a morte, algo de bom será pago como recompensa pelos cretinos que todos tivemos que aturar, lentamente, toda a nossa vida passada neste ermo.

Hoje, para este ser humano, é mais um dia triste.
Miserável, pelo desfile indecoroso, orgulhoso e desvergonhado, da miséria alheia.
Pornografia? Sim, mas eu prefiro da outra, daquela que não nos servem nunca, e que tem mais a ver com a vida e com o real.

Porque não vão todos estes bandidos para fátima? Fiquem lá, para sempre!

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