2012-12-17

RAIVA (1)

Raiva é o que sinto perante as contínuas, descaradas, impiedosas acções que os governantes e políticos actuais têm empreendido contra o que habitualmente se chama de povo, particularmente no que se refere àquelas pessoas que trabalham ou trabalharam por salário, aos reformados, aos já despojados economicamente por via de classe social ou estado de decadência, aos estudantes que querem estudar e que não podem por não terem possibilidades, aos velhos, aos doentes, aos indigentes.

Em nome de uma Quimera (menos Estado, melhor Estado), e com o álibi das "contas públicas", assinaram contracto "em nome do país" com a Troika que impede este estado de insolvência e, sabe-se lá, trilhar a partir desse ponto de fractura um caminho fora da estrada do Neoliberalismo com a consequente libertação da pata americana e dos ricos e poderosos da Europa.

Em nome de uma enorme Mentira (baixar a despesa do Estado e pôr os ricos a pagar mais) atacam todos os dias mais de 90% deste povo, redefinindo o conceito de Pobreza  para melhor proteger, como sempre, a riqueza das classes dominantes, das famílias que se julgam, e são de facto, donas de Portugal, e que são os mesmos que sacam diariamente a todos imensas fortunas com a energia, a água, a construção de infraestruturas, as vias de comunicação com as portagens, os transportes,a comunicação social, os bancos, as seguradoras, as empresas de distribuição alimentar, as farmacêuticas...

Depois de se terem apossado da propriedade pública que qualquer Estado deve ter sempre como irrenunciável, acorrentaram os portugueses às taxas, emolumentos, derramas e demais assaltos à carteira de todos, com o beneplácito, e conluio, da esmagadora maioria dos deputados que têm sido eleitos desde o 25/4, sempre desprezando os protestos dos muitos que clamaram por justiça na aplicação do preço dos produtos ou serviços a que ninguém consegue fugir numa vida fora da caverna: a água, a electricidade, o gás, os combustíveis fósseis, a radiodifusão e a Tv tornaram-se, assim, numa permanente grilheta social para os trabalhadores, fonte contínua de transferência de riqueza das massas para uma quadrilha de poucos ladrões, mas com muitos sequazes.

Agora, mesmo agora, tem esta figura patética que é Passos Coelho a desfaçatez de proferir "lições" sobre as reformas e os reformados, mais umas a juntar a outras já ensaiadas e depois denegadas por ele e por outros capangas, no sentido de legitimar ainda mais saque às massas de pessoas, ao maior número (pois é esta a bitola destes ladrões), permanecendo calado quanto aos ganhos de capital, quanto às PPP, quanto à generalidade das fundações que o estado alimenta, quanto a....

Considero que a solução para esta canalha, e para a canalha do PS que também nos trouxe a esta estação,

-não é a emigração, porque isso seria entregar definitivamente o país aos bandidos e à mafia portuguesa e estrangeira;
-nem, tampouco, manifestações arrumadinhas, ordeirinhas e obrigadas, à laia da CGTP, PCP e movimentos civis pacífico-festivaleiros como a de 15 de Setembro;
-nem esperar, de pé ou sentados, que os militares ou o povão venham para a rua armados com o que tiverem à mão, apanhar à gola os que a todos têm roubado, vilipendiado e matado;
-e nem, infelizmente o digo, esperar que os jovens, os mais novos, sem futuro risonho ou de qualquer qualificação suficiente, se indignem seriamente, se revoltem seriamente e revolucionem seriamente esta sociedade e este país.

Restam os mais velhos, os das gerações com mais de 40 anos de idade, nós, os verdadeiros culpados por esta escória nos oprimir,culpados por ignorância, preguiça, desinteresse, cobardia, corrupção moral e material que levou esta gentalha ao poder para nos manietar,

(para perseguirem a eternização das trevas no nosso país, reavivando o que de mais atrasado e reacionário este estado-nação produziu nos últimos 300 anos ___ como o império da igreja católica, o misticismo obscurantista de que Fátima é o último e melhor exemplo, as touradas como desporto fidalgo para uma república que nunca o foi verdadeiramente, com o fado como inspiração cultural e musicalmente medíocre, mas ressalvada por ser "única", com a ausência de auto-crítica colectiva quanto ao fascismo lusitano e o colonialismo)

esta gente que, sempre que se sentiu ameaçada ou em perigo recorreu às famílias poderosas da europa,ao estrangeiro, aos grandes banqueiros, à escória social que sempre os serviu no basfond, desde os traficantes de tudo aos polícias de todos os quadrantes e assassinos de ocasião, que tanto matam professores como padres progressistas, mulheres e crianças, à fome, à doença, a tiro ou à bomba.

Nós podemos, nós somos o real perigo para estas personagens pois, para muitos de nós, a vida já foi vivida com maior ou menor realização e é, assim, como que um acto de dádiva, mais que desespero, que cada um de nós se deve sentir na hora de oferecer ao povo, ao país e à Esperança que deve ser transportada no peito dos jovens, mais do que o dinheiro que as nossas reformas esbulhadas por todos estes ladrões podem oferecer.
Nós podemos e devemos extirpar gente que nos mata como colectivo e como indivíduos, pois essa será uma acção de autodefesa.
Nós, a quem foi negada a Justiça do julgamento de um regime e dos seus servidores e lacaios, nós a quem desarmaram moralmente com falsas promessas de humanismo vertidas na ausência de pena adequada para os assassinos, os violadores de crianças, os ladrões de colarinho branco, os corruptos, os vendilhões da propriedade comum.
Nós, a quem não foi ditado por qualquer deus menor, que não temos o direito de exercer a autodefesa como paradigma da nossa profunda indignação ou opressão.
Nós, que não temos mais desculpas para continuar a baixar os olhos, a abanar os ombros, a fechar os olhos e ouvidos para a realidade miserável que se instala na nossa terra, na nossa rua, na nossa casa.
Nós não temos mais desculpas para o que hoje vivemos e aos nossos olhos se desenrola, nós devemos e nós podemos!
Que seja de Nós que eles têm medo, dos que eles acham que estão quebrados ou comprometidos, desesperados ou vencidos da vida. Que enquanto vivamos, tenham eles medo de morrer!!



NÓS PODEMOS!
NÓS DEVEMOS!
NÓS PODEMOS!

















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